ROSTO DE VIDRO
Olá...
Quem é você?
Hoje eu olho para mim
O meu rosto está desfigurado
Definitivamente, esse não sou eu.
Na imagem trêmula em minha frente
Eu não me vejo mais nela, outrora apaixonado
Um sonhador, um amante
Errante do amor
Está desfigurado, cheio de cicatrizes do tempo.
A alegria que sentiu um dia
Não é a mesma de um passado bem distante
Os meus sonhos envelheceram junto comigo
Estou sempre com pressa de partir
Minha imagem me suga
Sou engolido pelas paredes de vidro
Em meu quarto estou ausente
Totalmente preso, só pesadelos vem em minha mente.

Estou sem saída...
Agora só penso em despedidas
O tempo não volta mais, não traz a minha juventude
O meu rosto sente desgosto
Não tem mais gosto em vê-lo a vida
Abre em meu dilacerado coração a dor da morte
Não dói mais em mim a partida
Descansa minha alma ferida
Ah Deus! A ti entrego a minha alma aflita
Vou me encontrar cara a cara com a morte
Só assim a dor do pecado me esquece
Para o céu além do infinito vou partir
Lá ninguém jamais envelhece.

Algo estranho está acontecendo
Sinto uma grande angústia dentro de mim
Nesse momento do meu sofrimento
Estou saindo do meu corpo
Vejo o meu rosto morto
Agora ele é transparente
Nunca mais será tocado, nunca mais será beijado
O perfume das flores me faz companhia
Estão me velando
As pessoas me assustam em seus rostos não vejo alegrias
Querem tocar meu rosto de vidro
Não bate mais meu coração
Sinto-me preso dentro de um caixão.
1 Response
  1. Ângela Maia Says:

    Muito bom! Esse poema descreve vários sentimentos, mas o sentimento do poeta é bem mais forte...


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