A DOR DA SAUDADE
Autor: BETO ROCHA

Havia em um pequeno distrito chamado de ÁGUAS FORMOSAS, um belo lugar com lindas paisagens, cortada pelo rio de PEDRAS NEGRAS e de águas correntes, um lugar paradisíaco. Lá vivia uma família de hábitos simples, ali também crescia a pequena AÇUCENA com apenas seis anos de idade. No princípio era muito feliz, junto de seu pai e sua mãe, para ela, vivia naquele momento de sua vida, um conto de fadas, não lhe faltava mais nada, era tudo que ela tinha pedido a DEUS, viver Junto a sua família em paz.
Numa segunda feira de muita chuva AÇUCENA feliz da vida, foi para a escola a qual estudava, pois queria um futuro melhor para ela, já que seus pais não tinham estudos nenhum, os mesmos eram lavradores do campo. Lá em ÁGUAS FORMOSAS. Por ser uma pequena vila distante da capital, um ônibus da subprefeitura fazia o translado das crianças para a escola todos os dias, por ser uma estrada de chão batido cercada de matas por todos os lados.
O pai da pequena AÇUCENA trabalhava na lavoura do campo quando se aproximou um homem que acabara de comprar uma terra próxima da do pai de açucena, passando a ser seu vizinho. Ao chegar á casa, depois de mais um dia de aula, AÇUCENA teve um pré-sentimento, quando viu esse homem, sentiu um arrepio muito forte no âmago do seu coração, seu pai a percebeu estranha e perguntou:
- O que foi AÇUCENA?
Ela respondeu:
- Nada não pai.
Alguns anos se passaram...
A mãe de açucena cansada da vida que levava no campo resolve abandonar a casa e ir morar na cidade e viver a sua vida sozinha em busca da sua felicidade, ela sempre dizia aos vizinhos que não gostava mais do pai de AÇUCENA, por outro lado as “amigas” aproveitavam-se da ocasião dando à mãe de AÇUCENA os seguintes conselhos:
- É isso mesmo, Vai embora mulher!
- Deixa esse homem!
- Aqui dentro desse lugar cheio de mato você não vai ter nenhum futuro!
- Será?
- Respondeu a mãe de AÇUCENA!
Então ela resolve ir embora enquanto a filha ainda esta na escola e seu marido trabalhando no campo, quando ele chegou para o almoço, encontrou a casa sem ninguém, vai até o quarto e ver que as roupas de sua esposa não estão mais lá, foi quando o ônibus parou em frente da casa, nisso a menina entra e ver o seu pai chorando com a única peça de roupa que ficara o VESTIDO DE NOIVA e ainda com o mesmo cheiro entranhado desde o dia do casamento, ele por sua vez sentado a beira da cama chorando, sentia o perfume do vestido enquanto cenas em sua mente insistiam em trazer lembranças das promessas e juras de amor que ela declarava para ele durante o seu namoro, o mesmo sofria muito, porque ele ainda a amava mais que tudo nessa vida. AÇUCENA vendo aquela cena abraça o pai e diz: PAI EU TE AMO, VOU CUIDAR DO SENHOR, o pai chorava ainda mais nos braços da pequena AÇUCENA.
Na ocasião seu pai saiu para visitar a mãe, para que a avó da menina a ajude a terminar de criá-la e talvez levar a neta para morar com ela na pequena vila.
Esse vizinho era um homem muito estranho, todo o dia se aproximava do aceiro do mato para observar as meninas que vinham no ônibus escolar passar, ele era acusado segundo as pessoas de abusar sexualmente de crianças em outro lugar, mais o pai de AÇUCENA não sabia de nada. Ele então resolve ir à casa do vizinho para conversar com esse homem e pedir para que se afaste de sua filha, ou seja, proteger antecipadamente sua filha de um provável abuso sexual, ao chegar à casa do homem viu uma garotinha de 12 anos da mesma escola a qual estudava a PEQUENA AÇUCENA, pelada, suja de sangue e chorando muito. Alguém já tinha ligado para o polícia devido os gritos, a viatura policial demorou um pouco, quando chego encontrou só o pai de AÇUCENA com a garotinha nos braços e o policial deu a ordem de prisão:
- Você está preso por ter abusado desta criança.
Sem entender o que estava acontecendo, nervoso o pai de AÇUCENA pulou pela janela fugindo para dentro do mato, encontrou um pequeno curral e próximo uma corda que era usada para prender os bois, devido ser um homem de boa índole, ficou envergonhado que talvez sua família e os vizinhos pudesse não acreditar nele, como seria os comentários nos jornais da cidade envergonhando o seu nome, ele se precipitou jogou a corda num galho de uma árvore e se enforcou.
Ao receber a notícia que o pai havia se matado por ter sido acusado de abusar de uma criança, AÇUCENA começou a chorar dizendo que seu pai não era capaz de fazer mal a ninguém.
Depois de uma semana AÇUCENA foi à escola e já não era mais aquela aluna dedicada como em outros tempos, começou a responder a professora e não queria mais fazer as atividades.
Nazaré a mãe de AÇUCENA antes de seu ex-marido morrer queria sua guarda na justiça. AÇUCENA mesmo assim preferiu ir morar com a avó, mas a menina ainda estava muito triste não conseguia esquecê-lo, revoltada porque que seu pai tinha tirado sua própria vida, depois de algum tempo a menina ficou muito agressiva com seus colegas e professores.
AÇUCENA sonhava quase toda noite, mas não conseguia vê-lo no seu sonho, ao acordar ficava muito mal-humorada, gostaria de ver seu pai mais uma vez. Aí começou a achar que tinha um mal dentro de si que crescia a cada dia mais com a revolta pelo fim que seu pai teve. Ela não queria ser daquele jeito, então no final de semana resolveu ir à igreja e começou a orar pedindo para voltar a ser aquela garota de antes. Quando ouviu uma voz falando ao seu coração dizendo: filha EU SOU O SENHOR TEU DEUS, DEUS DE JUSTIÇA E PAZ, EU SALVO QUEM EU QUERO, NÃO FIQUE MAIS TRISTE ASSIM... AME AS PESSOAS CONFORME ELAS SÃO, AME-AS COMO GOSTARIA DE SER AMADA, PERDOE E SERÁS PERDOADA, DA MESMA FORMA QUE JUGARES SERAIS TAMBÉM JUGADA. EU O SENHOR TEU DEUS, AMEI O MUNDO DE TAL MANEIRA, QUE DEI O MEU FILHO UNIGÊNITO PARA QUE TODO AQUELE QUE NELE CRER NÃO PERREÇA MAIS TENHA A VIDA ETERNA.
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